Abstenções se tornam problema nas eleições municipais
- Luiz Ottolini e Nathalia Oliveira
- 30 de out. de 2024
- 2 min de leitura
TSE expressa preocupação com a numerosa quantidade de faltas no segundo turno
O segundo turno das eleições municipais, que ocorreu no último domingo (27), registrou grande número de abstenções. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou que, de 33,9 milhões de eleitores nas 51 cidades que tiveram a disputa, 9,9 milhões faltaram à votação.

O número de abstenções totaliza 29,26% da soma geral, e se aproxima do registrado no segundo turno de 2020 (29,56%). O maior percentual pertence aos municípios de Goiás, com 34,43%. Já as cidades do estado do Ceará ocupam o último lugar no ranking, com 16,28% de abstenção. No estado de São Paulo, as 18 cidades da disputa somaram 31,42% .
A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, demonstrou preocupação com o percentual de faltas e disse que a Justiça eleitoral vai analisar os dados de comparecimento no segundo turno. "Nós temos de ver em cada local o que aconteceu, o porquê está acontecendo e o que a gente pode fazer para que a abstenção onde tenha aumentado não volte a acontecer”, afirmou durante a coletiva de imprensa reaizada no domingo, após a apuração das urnas.
Segundo Bruno Andrade, coordenador-geral adjunto da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, um dos fatores que colabora para o alto nível de abstenção no Brasil é a falsa compreensão popular de que o dever com as eleições se resolveria com a votação somente no primeiro turno. "Pelos dados disponíveis, é rotineiro que, em eleições municipais, a abstenção seja maior no segundo turno. Mesmo nas eleições gerais, tirando a última de 2022, há uma redução no comparecimento no segundo turno", disse à Folha de S.Paulo.
Confira a porcentagem de abstenção por turno das últimas eleições:
Primeiro turno:
2024: 21,7%
2020: 23,2% (pandemia)
2016: 17,6%
2012: 16,4%
2008: 14,5%
2004: 14,2%
2000: 14,8%
Segundo turno:
2024: 29,26%
2020: 29,53% (pandemia)
2016: 21,6 %
2012: 19,1%
2008: 18,1%
2004: 17,3%
2000: 16,2%
Fonte: TSE
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