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Deserto da moda: roupas de marca transformam Atacama em lixão gigante

Atualizado: há 7 dias

Região é retrato do impacto ambiental do consumo e impulsiona organização brasileira em parceria com ONGs chilenas


Por: Maria Clara Reis e Milena Blank

 Deserto do Atacama recebe milhões de peças de roupa descartadas todos os anos | Divulgação Desierto Vestido
 Deserto do Atacama recebe milhões de peças de roupa descartadas todos os anos | Divulgação Desierto Vestido

Milhões de peças de roupa, muitas delas em bom estado, estão sendo recolhidas em uma ação de parceria entre a Fashion Revolution Brasil e a Desierto Vestido, uma organização chilena. A iniciativa busca resgatar roupas nunca usadas que estavam abandonadas no deserto do Atacama, no Chile, os itens são coletados, higienizados e, depois, disponibilizados no site da ação, apenas o frete é cobrado. O objetivo é chamar a atenção para os impactos ambientais causados pela indústria têxtil, que impulsiona o mercado da moda.


Na região são descartadas todos os anos em meio às paisagens naturais cerca de 39 mil toneladas de roupas de forma clandestina. A velocidade com que as coleções de roupas se renovam, impulsionada por tendências passageiras e pelo consumismo acelerado, só piora a situação. Se algo não vende rápido, se torna descartável e polui a natureza, aumentando a pressão sobre o meio ambiente.


TENDÊNCIA É PIORAR - A indústria da moda é a segunda maior poluidora do mundo. Anualmente, mais de 59 mil toneladas de roupas não vendidas, devolvidas ou com defeitos chegam ao porto de Iquique, norte do Chile. Como a zona de importação é livre de impostos, aquelas que não são vendidas ou reaproveitadas terminam descartadas ilegalmente no deserto, muitas das peças, ainda com etiqueta.



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