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Brasileiros temem que crianças sejam as mais afetadas por climas extremos

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    EntreFocos
  • 14 de out.
  • 2 min de leitura

Crianças são mais vulneráveis aos efeitos das mudanças de temperatura.


Por Giuseppe Capaldi

Com Agência Brasil


Criança andando de bicicleta em um dia ensolarado

Criança andando de bicleta no sol | Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil


Com as mudanças climáticas em discussão nas últimas décadas, um dos pontos que surgem de alerta é o impacto que o aumento ou queda de temperatura pode causar nas crianças. Pesquisa publicada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e pelo DataFolha aponta que mais de 80% dos brasileiros temem pelos efeitos das mudanças climáticas em bebês e crianças de 0 a 6 anos.


O estudo "Panorama da Primeira Infância: o impacto na crise climática" aponta que 7 em cada 10 pessoas se preocupam com os impactos das mudanças climáticas na saúde, com destaque para doenças respiratórias. Outras questões levantadas por 39% dos entrevistados foram o maior risco de desastres (como enchentes, secas e queimadas), além da dificuldade em acessar água limpa e comida (32% das respostas).


Segundo o estudo, que ouviu 2.206 pessoas, 15% acreditam que as mudanças climáticas provocarão maior consciência ambiental e 6% confiam que a sociedade encontrará soluções para reduzir os danos.

“As crianças na primeira infância são as menos culpadas pela emergência climática e, ainda assim, são o público mais afetado. Essa injustiça exige que cada medida tomada considere a vulnerabilidade de quem depende da proteção dos adultos”, disse Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Criança brincando em um dia ensolarado

Crianças brincando com água | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



Mortalidade infantil pelo clima


O outro estudo foi conduzido por cientistas do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da London School e do Instituto de Saúde Global de Barcelona.


Publicada no periódico Environmental Research, a pesquisa indica que bebês em período neonatal (7 a 27 dias) são os mais afetados pelo frio, com risco 364% maior de morrer em condições extremas, em comparação às condições normais. Com relação ao calor, o impacto cresce à medida que a criança envelhece, sendo 85% maior em calor extremo entre os que têm entre 1 e 4 anos.


Os pesquisadores analisaram mais de 1 milhão de mortes de menores de 5 anos ao longo de 20 anos. O risco de mortalidade nesta faixa etária chegou a ser 95% maior no frio extremo e 29% maior no calor extremo do que nos dias com temperatura amena (em torno de 14 a 21°C).


Crianças são mais vulneráveis aos efeitos das mudanças de temperatura porque seus corpos ainda não desenvolveram totalmente os mecanismos de regulação térmica. Nos dias mais quentes, os riscos incluem insolação, desidratação, problemas renais, doenças respiratórias e infecciosas. No frio, pode haver hipotermia, que desencadeia complicações respiratórias e metabólicas, e favorece o aumento de infecções.

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