top of page

Furacão Milton se aproxima da Flórida nesta quarta-feira

Atualizado: 29 de out. de 2024

Tempestade, que ganhou força rapidamente nesta segunda-feira (07), atinge o sudeste dos EUA após duas semanas da passagem do furacão Helene

Milton pode ser um dos piores furacões a atingir a Flórida nos últimos 100 anos | Reprodução/Windy

O furacão Milton passa pelo estado da Flórida, nos Estados Unidos, com ventos de até 205 km/h. O fenômeno deve tocar o solo do estado entre a noite desta quarta-feira (09) e a madrugada de quinta-feira (10), o que fez a população evacuar áreas de risco.

A tempestade, que deve durar até a noite de quinta-feira, chega ao estado da Flórida no nível 3, com chances de intensificar os danos causados pelo furacão Helene, que passou há duas semanas. Chuvas torrenciais e inundações são esperadas e preocupam devido a potência dos ventos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou a população sobre os riscos da tempestade e solicitou para que as pessoas se retirassem das zonas de risco. Já o governador do estado, Ron DeSantis, liberou a movimentação pelos acostamentos, passagem grátis por pedágios e transporte gratuito.

Milhares de pessoas começaram a migrar das principais zonas de alerta, como a Baía de Tampa, Clearwater e Venice. A população que optou por ficar nas zonas de menor risco, busca por suprimentos para passar os dias de tempestade. A população local já relata a falta de alguns itens em mercados.

O fenômeno se formou no último final de semana, na região do Golfo do México, e saltou rapidamente do nível 1 ao 5 na segunda-feira (07). Apesar de uma queda para o nível 4, na manhã de terça-feira (08), durante o dia, o furacão retornou para a classificação mais alta. Hoje, caiu para categoria 3 em boletim divulgado às 18h pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). 

Formado no Golfo do México, não tocou o solo de nenhum país até chegar aos EUA | Reprodução/Centro Nacional de Furacões

O furacão Milton chega duas semanas após a passagem do Helene, que deixou  200 mortos e milhões de pessoas sem água e energia nos estados da Flórida, Geórgia, Carolina do Sul, Tennessee, Virgínia e Carolina do Norte, sendo esse último o mais atingido. 

TEMPESTADES MAIS FORTES - Apesar dos dois furacões (Helene e Milton) não estarem ligados diretamente, acendem o alerta para uma situação preocupante: o aumento de tempestades mais intensas.

Segundo Fábio Luengo, meteorologista do Climatempo, uma série de fatores causaram a formação de fenômenos fortes como as que estão aparecendo nos Estados Unidos. “Quando temos a La Niña (diminuição da temperatura da superfície da água do oceano), tende a ser o maior número de furacão mas com menor intensidade, já em anos de El Niño é o oposto. Só que estamos caminhando para La Niña, então acaba tendo essa condição um pouco mais favorável para mais formação de furacão, só que o oceano Atlântico Norte está mais quente do que normal, então juntou as duas coisas, a quantidade e a intensidade.”

Luengo ressalta que houve um período de cerca de um mês sem furacões, o que não acontecia há mais de 60 anos, uma vez que o final do verão no hemisfério norte, geralmente em setembro, é marcado pelos fenômenos. 

O atraso da temporada foi alertado pelos meteorologistas americanos da NOAA, sigla em inglês da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, que avisaram que o período de calmaria poderia surtar em uma “bomba relógio que a qualquer hora poderia explodir”, esclarece o especialista.

O meteorologista também explica que, na região, estão ocorrendo ondas de calor marítimas, como as ondas de calor ocorridas em cidades no Brasil, porém no oceano, o que aumenta a temperatura do mar e serve de combustível para furacões, sendo essas ondas consequências das mudanças climáticas.

“O Golfo é uma região que está em temperatura extremamente quente e, com as mudanças climáticas, está mais quente ainda, e se você vir justamente o Milton, todo esse processo de aquecimento dele foi ali no Golfo. O Milton, o Katrina (furacão que assolou os Estados Unidos em 2005 com grande danos), são exceções, mas fica o alerta de qualquer forma para isso, porque a tendência, com as mudanças climáticas, é essa: a gente ter cada vez mais furacões fortes”, pontua Flávio.

Commentaires


bottom of page