top of page

Guerra na Faixa de Gaza completa dois anos com trégua em negociação

  • Foto do escritor: EntreFocos
    EntreFocos
  • 8 de out.
  • 3 min de leitura

No aniversário do conflito, palestinos e israelenses retomam diálogos indiretos enquanto Gaza enfrenta colapso humanitário sem precedentes


Marina Souza e Pedro Helena Com Agência Brasil


ree

Destruição e explosões marcam dois anos de conflito em Gaza | Mohammed Ibrahim/Unsplash


A guerra na Faixa de Gaza completou dois anos na terça-feira (7). O conflito já vitimou 67 mil palestinos e deixou 170 mil feridos, de acordo com autoridades de saúde em Gaza.

Pelo lado de Israel, são 1.665 mortos, sendo que 1,2 mil foram já nas primeiras horas do ataque do Hamas ao território israelense, que marca a data. Segundo a agência britânica Reuters, cerca de 250 pessoas foram sequestradas na operação. Atualmente, acredita-se que 48 reféns estejam em Gaza, dentre eles, possivelmente, apenas 20 com vida.

Leia também: Lula defende dois Estados para viabilizar a paz no Oriente Médio A tensão da região se estende há mais de 70 anos, com diversos conflitos entre o estado de Israel e a Palestina. Porém, o atentado de 7 de outubro é considerado o mais sangrento e violento em território israelense.

As motivações dos conflitos entre os povos começaram no fim da década de 1940, no pós-guerra, quando houve uma grande migração de judeus para a região que era composta por árabes-palestinos. A partir dessa chegada, brigas territoriais e religiosas acontecem com frequência.

Outro conflito emblemático que antecedeu a guerra atual foi a Guerra dos Seis Dias, em 1967, um conflito entre Israel e uma coalizão de países árabes liderados por Egito, Síria e Jordânia.


Com um ataque aéreo preventivo, Israel destruiu grande parte da aviação árabe e conquistou territórios significativos, incluindo o Sinai, as Colinas de Golã, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Apesar da superioridade numérica árabe, o conflito durou apenas seis dias e reconfigurou a geopolítica do Oriente Médio.

Décadas depois, em 1987, o Hamas surgiu na Faixa de Gaza como resposta à ocupação israelense que se consolidava após a Guerra dos Seis Dias. O movimento, que funciona tanto como organização política quanto militar, nasceu durante a Primeira Intifada (levante palestino) e combinava resistência armada com ações sociais e educacionais.


O Hamas ganhou força ao oferecer uma alternativa à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), conquistando apoio significativo entre a população palestina, especialmente após assumir o controle da Faixa de Gaza em 2007.

O que causa grande espanto na comunidade internacional no conflito atual é a desproporcionalidade da resposta de Israel, que foi além de áreas militares, destruindo casas, hospitais e escolas. O termo genocídio começou a ser utilizado para se referir à situação em Gaza. As acusações são negadas por Israel.

A guerra entre Israel e o Hamas devastou a Faixa de Gaza. As vítimas são civis e até mesmo crianças. O cerco de Israel impede que qualquer ajuda chegue à região. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 1.857 palestinos foram mortos enquanto buscavam comida na Fundação Humanitária de Gaza, um esquema militarizado de distribuição de ajuda apoiado pelos Estados Unidos e Israel, que começou a operar em 27 de maio de 2025.

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três pessoas em Gaza passa dias sem comer, e há mais de 320 mil crianças pequenas que estão em risco de sofrer desnutrição aguda. Israel age para que a ajuda internacional não chegue à região, como foi o caso da apreensão da Flotilha Global Sumud, que contava inclusive com a presença de ativistas brasileiros.

Não houve trégua nesse dia 7. Tanques, barcos e jatos israelenses bombardearam partes da Faixa de Gaza nesta terça-feira.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, apresentou um plano de trégua para um cessar-fogo. O plano prevê a libertação dos reféns israelenses em Gaza, a libertação de prisioneiros palestinos por Israel e o desarmamento do Hamas, que não poderá participar da governança de Gaza. Um grupo formado por lideranças estrangeiras comandaria um governo de transição.


Esta semana, as delegações de Israel e do Hamas iniciam negociações indiretas com o objetivo de libertar os reféns e pôr fim à guerra. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, as negociações terão como foco a primeira fase do plano de Trump, que é a libertação dos 48 reféns restantes detidos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

O Brasil defende um acordo na direção da paz, e a postura do presidente Lula é de cobrança à ONU. Ele pede uma posição mais firme na defesa da criação do Estado palestino.


Comentários


bottom of page