Shutdown acende alerta para republicanos e pode ser ponto de virada para democratas
- Filipe Pereira
- 3 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de out.
Apagão econômico nos EUA afeta 750 mil servidores e 47% da população joga a culpa em Trump

Os nomes dos estados americanos de Nova York, Illinois e Califórnia, atualmente possuem mais ligações do que apenas compor a lista dos 50 estados estadunidenses. Com a paralisação dos serviços públicos, as localidades administradas por democratas se tornaram alguns dos alvos dos bloqueios do presidente Donald Trump como forma de retaliação ao Congresso.
Na última terça-feira (30), a casa legislativa do país não chegou a um acordo sobre o financiamento das contas americanas e o orçamento para 2026. Com o impasse, os Estados Unidos entram no chamado shutdown — quando os serviços são congelados por falta de verbas. A paralisação econômica começou no primeiro dia de outubro e virou pauta política entre Democratas e Republicanos.
Seguido de acusações de que o partido azul estaria prejudicando o país com a não aprovação do projeto, Trump anunciou o não envio de US$ 26 bilhões a localidades que incluem os estados citados. O partido Democrata pede o fim de cortes e o aumento no subsídio ao seguro de saúde dos americanos, especialmente aos mais pobres, e alega perseguição política pelo presidente.
Apesar da tática de Trump de jogar a culpa no colo dos democratas, uma pesquisa do jornal Washington Post, nesta quinta-feira (02), mostrou que 47% dos americanos culpam o presidente e os congressistas republicanos pelo apagão no governo. Ao todo, 30% dizem que os democratas são os culpados e 23% afirmam que não têm certeza.
Claro que, em todos os cabos de guerra políticos, os lados envolvidos tentam buscar a imagem boa para si — assim como aqui no Brasil com as últimas pautas discutidas —, mas fica o questionamento do porquê Trump não está se dando bem nessa.
Diferentemente discurso usado no caso dos imigrantes ilegais, ou até mesmo das super tarifas aplicadas a outros países, o shutdown traz consequências diretas para a população. Nesse caso, 750 mil servidores públicos estão afastados dos postos e sem salários, além disso, há dúvidas sobre como ficarão as situações financeiras. O fantasma de demissões em massa é alimentado tanto pelo presidente quanto por vice, JD Vance.
No final das contas, brincar com o salário e a estabilidade dos americanos pesa no ponto em que exatamente a nação estadunidense é conhecida: o poder de compra. Aí, não há lado republicano ou democrata, lulista ou bolsonarista. Independentemente do posicionamento político, mexer no bolso da população tem um custo alto.
Se bem utilizado, o capital político desse desgaste pode ser um trunfo para os democratas recuperarem um pouco da relevância perdida após a última eleição no país. Agora é esperar para ver as cenas dos próximos capítulos.
*Sob a supervisão da profa. Rita Donato
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