
Líderes mundiais brincam de ‘War’ enquanto populações de países em guerra tentam sobreviver a cada dia
- Filipe Pereira
- há 7 dias
- 3 min de leitura
Após uma série de conflitos ao redor do mundo, mais um surgiu na última semana para acender o alerta sobre consequências mais graves

Há uma semana, o mundo voltou os olhos novamente para o Oriente Médio, desta vez para o conflito entre Israel e Irã. Com a premissa de uma suposta ação preventiva, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu iniciou uma ofensiva contra alvos estratégicos de centros de pesquisa nuclear e cientistas, além de lideranças militares da nação. Como já era esperado, o país dos aiatolás revidou os bombardeios, alimentando o conflito que se estende nos últimos dias.
Há uma semana, cada nova notícia faz a população prender a respiração e a cada novo bombardeio, a esperança de um acordo por vias diplomáticas se torna mais distante. Em um mundo que já sofre pelos conflitos em Gaza e na Ucrânia, o que menos se esperava era mais um ponto de tensão mundial. Com centenas de mortos e milhares de feridos, entre narrativas de quem está certo, paira o medo de uma catástrofe maior com um possível vazamento ou ataque nuclear.
No entanto, apesar de ataques a regiões de produção nuclear, os bombardeios se expandiram para outras áreas, inclusive virtuais, com o governo israelense hackeando as TVs do país persa e mostrando vídeos que incitavam a população a se rebelar contra o regime. Ficou claro que os objetivos de Netanyahu iam além dos alvos militares e científicos, mas também uma desestabilização do governo do aiatolá Ali Khamenei, contando com ameças à vida do líder supremo do Irã.
Em vias de tentar resolver o conflito, a maior potência mundial, os Estados Unidos, surge com um presidente que parece estar brincando com um jogo de tabuleiro e não com vidas e segurança global, completando as ameças contra Khamenei e ataques ao país. Donald Trump estaria se iludindo ao achar que pode entrar no conflito sem possíveis ações da Rússia — que, aliás, possui relações comerciais e de produção nuclear densas com o Irã — ou da China.
No entanto, se as bravatas contra o Teerã forem apenas mais uma ação do modus operandi do presidente dos Estados Unidos, é uma aposta muito arriscada. Nesse conflito, a situação é um pouco mais densa do que uma guerra comercial que fica no campo diplomático das discussões globais. Para além de tudo isso, o conflito surge em um momento bem oportuno para diversos aspectos que poderiam precisar de uma cortina de fumaça para serem esquecidos.
No cenário americano, é a sequência de protestos contra as políticas imigratórias de Trump nos Estados Unidos, a qual gerou a morte de um manifestante, além de diversas prisões questionáveis e conflitos internos, como com o governador da Califórnia, Gavin Newsom. Já para Israel, dois assuntos estão na pauta do gabinete de Netanyahu: a situação em Gaza, que só piora, com ataques a pessoas que buscavam suprimentos em caravanas de ajuda humanitária, além da permanência do premier no poder diante de uma onda de impopularidade.
No fim do dia, seja na Ucrânia, em Gaza, Tel Aviv, Teerã ou em vários outros locais que sofreram com conflitos e não são noticiados pela grande mídia, quem sofre mais com os ataques são sempre os inocentes. Enquanto adultos agem como se estivessem brincando de ‘War’ em seus palácios protegidos, os que não pediram pela guerra são, no fim das contas, os que pagam o preço no mundo real, principalmente nos palcos desses conflitos.
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